O Centro Cultural Ariano Suassuna (CCAS) do Tribunal de Contas do Estado foi palco, no final da tarde desta quinta-feira (27), de um evento cultural dos mais importantes para os meios artísticos do Estado, como parte do projeto “Arte Sem Controle”, que é uma iniciativa do TCE, por meio do Centro Cultural, em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura. Poesia, música, exposição de quadros, esculturas, cordel e experiências exitosas que elevam a tradição cultural da Paraíba foram partes entre os debates com renomados artistas e poetas paraibanos.
O presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Fábio Nogueira, prestigiou o evento, em sua 2ª edição, e ao cumprimentar os ativistas culturais convidados, entre os quais, a professora Eneida Agra Maracajá; o autor e ator, membro da Academia Paraibana de Letras, Tarcísio Pereira; Aline Alencar, coordenadora do projeto “Castelo de Histórias” e o presidente da Quadrilha Junina Moleka 100 Vergonha, de Campina Grande, Mahatma Gandhi Vieira, destacou o projeto como sendo um espaço de diálogo e pluralidade. Serão eventos mensais voltados a temas de relevância social, cultural e humana. “Queremos que este seja um espaço de troca, reflexão e valorização da arte em suas múltiplas formas de expressão”, acrescentou.


O presidente saudou as autoridades e os participantes, em nome de Eneida Agra, e o fez, ao homenagear a professora, enfatizando seu rico currículo de uma vida dedicada à arte e à cultura, tendo sido ela responsável por vários eventos em Campina Grande, na Paraíba e reconhecida no Brasil. É também criadora e fundadora do renomado Festival de Inverno naquela cidade. Com isso, estamos mostrando que é possível compatibilizar um órgão de controle externo moderno e contemporâneo com a arte e a cultura.
O diretor do Centro Cultural Ariano Suassuna, Flávio Sátiro Fernandes Filho, ao anunciar a programação do evento, agradeceu o apoio da Secretaria de Estado da Cultura e ao conselheiro Fábio Nogueira pelo apoio e incentivo. Pontuou como tema central dos debates e reflexão a arte e a cidadania como papéis na transformação de territórios e na promoção dos direitos culturais, experiências de organizações sociais, cujas iniciativas dialogam com a produção literária. Intercalando o debate, declamações dos poetas Marconi Araújo, Quelyno Souza, Sander Lee e Ronaldo Barbosa.


O encontro dos artistas teve a mediação do acadêmico Tarcísio Pereira e da jornalista Rosa Aguiar, iniciando com a fala da professora Eneida Agra. Ela pontuou a importância e a coincidência de proferir suas palavras no auditório Celso Furtado, pois, o tema trazido para reflexão vem do pensamento desse renomado economista paraibano, mundialmente conhecido, que também era um homem de cultura e prezava muito pela educação, e hoje, a título de conhecimento sobre Desigualdade Social, Ecologia, Capitalismo, Colonização e Democracia, os debates refletem o que Celso Furtado já apregoava.
O ativista cultural Mahatma Gandhi apresentou suas experiências à frente da Quadrilha Junina Moleka 100 Vergonha, de Campina Grande, que é uma das vencedoras dos festivais durante o período junino e tem uma interação muito grande com as tradições culturais das comunidades e integração social dos jovens participantes. “Trata-se de uma “Fábrica Junina”, espaço criado pela quadrilha para qualificação de seus membros, com oficinas de costura, estúdio de música, área para ensaios e outras estruturas de formação artística”, explicou Gandhi.



Já a professora Aline Alencar falou de seu trabalho na coordenação do projeto cultural “Castelo de Histórias”. A fundadora do projeto é a Cia Forrobodó de Teatro que desde 2015 realiza estas ações culturais na “praça dos brinquedos”. “É um ambiente aberto que possibilita às crianças e pessoas interessadas a liberdade de ouvir e ser ouvido, numa forma de aproximação humana”, disse ela. “Contar histórias e viver a realidade da forma mais simples do mundo”. O Ponto de Cultura e Memória Castelo de Histórias é um projeto de difusão literária que realiza atividades culturais para crianças e jovens a partir das múltiplas linguagens artísticas no bairro do Castelo Branco em João Pessoa – PB.


Exposições – Durante a programação do “Arte Sem Cultura”, acontece a abertura de exposições dos artistas plásticos Licurgo Elvis e Carla Cristina Accioly Luna. As obras ficarão expostas no Salão Lynaldo Cavalcanti. Os quadros de Carla Luna em óleo são frutos de um repertório continuamente construído nas vivências adquiridas na vida e que marcam os afetos da alma e a sensibilidade feminina. Denominado “Fragmentos”, as esculturas de Licurgo em pedra calcária, pedra sabão e madeira de umburana, demonstram figuras abstratas, figurativas pelos aspectos da natureza, trazendo luz, inspiração do lado humano das artes plásticas. O evento foi encerrado com a apresentação do Grupo Samba Tap e da artista Savanna Aires.




